sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Máquina da sorte: como um povo tão evoluído como o japonês pode acreditar em uma tolice dessas ??



Aumenta procura por máquinas da sorte às vésperas do Ano Novo no Japão


Japoneses buscam as máquinas para ver se sua sorte vai mudar com a chegada do novo ano. Procura cresce 80% nesta época do ano


Para os asiáticos a chegada do Ano Novo agora no dia 14 de fevereiro deve ser precedida por orações e idas a templos, em busca de benção. No Japão, a tecnologia ajuda a benção a chegar mais cedo: em vez de consultar a sorte num templo, os japoneses recorrem a máquinas que adiantam como pode ser o novo ano. Às vésperas do Ano do Tigre, a procura pelas máquinas aumentou 80% em grandes cidades, como Tóquio e Kyoto. E como a crise financeira afetou o mundo inteiro, até a procura por máquinas com texto em inglês também aumentou bastante no país.Para os japoneses, omikuji são papéis que trazem ideogramas com a “sorte” de quem busca olhar para o futuro. A palavra quer dizer, literalmente, “loteria sagrada”. Antigamente, bastava ir a um templo à procura de “boa sorte” e escolher um entre as dezenas de papéis dispostos para os visitantes. Há algum tempo, porém, as bandejas com papéis vem sendo substituídas por máquinas parecidas como as que vendem bebidas e salgadinhos. Para usar, basta colocar o dinheiro e apertar o botão, que a máquina libera um papelzinho com a suposta benção. Há dezenas de bênçãos, que podem incluir de uma “grande benção” a uma “grande praga”. A sorte também diz respeito a determinados aspectos da vida, como saúde, dinheiro, amor e vida. Os papéis podem revelar se um desejo será atendido, uma viagem está por vir e até se a pessoa que se ama finalmente
Quando se tira uma “sorte ruim”, é costume dobrar o papel e grudá-lo a um pinheiro ou a uma cerca de arame ao lado de outros omikuji desafortunados. A razão é simples: a palavra em japonês para pinheiro é “matsu”, um trocadilho com o verbo esperar. Assim, em vez de deixar que o azar acompanhe a pessoa, ele ficaria esperando ao lado da árvore. Já para quem tirou uma sorte boa, é só guardar o papel para atrair somente coisas positivas para o novo ano. Embora a tradição seja respeitada mais pelas crianças, em tempos de recessão não custa buscar uma ajudinha dos deuses.
Fonte: Revista Época, link para materia completa: